terça-feira, 24 de setembro de 2013

Autor do mês

Manuel  Alegre foi escolhido para figurar no placard do autor do mês de setembro.


Manuel Alegre de Melo Duarte, nasceu em Águeda a 12 de maio de 1936.
Personagem de fortes convicções cívicas e luta por ideais político-sociais herdados da matriz familiar. Desde jovem que abraçou a causa da democracia, num país que respirava ditadura e opressão. A oposição evidenciada ao regime salazarista e à guerra colonial, valeu-lhe uma forte repressão política que o tentou silenciar e controlar com a prisão e o exílio, mas nem mesmo assim se vergou, antes pelo contrário, empenhou-se em iniciativas de resistência a partir do exterior.
Após a revolução de 25 de Abril de 1974 regressa a Portugal e adere ao partido Socialista. Ocupa entretanto vários cargos políticos, envolvendo-se numa cidadania ativa e interveniente que lhe permitiu lutar, ao longo dos anos, pelos seus ideais, sempre fiéis à Liberdade.
Soube conciliar a vida política com a envolvência cultural, o que fez dele uma personagem multifacetada.
Assume-se como uma pessoa desprendida, inclusivamente pela maioria dos bens materiais, deste rol ficam de fora a caça, a pesca, os espaços, sítios, lugares e recantos que o marcaram, a família e os amigos.
Autor de uma vasta obra poética e de alguma ficção, grande parte representada em antologias. O seu trabalho como escritor foi já, por diversas vezes, galardoado: o Prémio de Literatura Infantil António Botto, em 1998, por As Naus de Verde Pinho; o Prémio da Crítica Literária e o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, em 1998, por Senhora das Tempestades; o Prémio Pessoa, patrocinado pelo Expresso, pela Obra Poética, editada em 1999; e o Prémio Fernando Namora, em 1999, por A Terceira Rosa.
Tem edições da sua obra traduzidas em italiano, espanhol, alemão, catalão, francês, romeno e russo e tem sido objeto de estudo de teses de mestrado e doutoramento em várias universidades nacionais e estrangeiras.
As suas experiências de resistência, prisão política, guerra colonial e exílio marcaram indelevelmente uma escrita poética de denúncia
A sua poesia foi e é um hino à Liberdade e, talvez seja por isso que é lembrada por muitos resistentes que lutaram contra a ditadura. É considerado o poeta mais cantado pelos músicos portugueses.
Acredita no valor da poesia, «Mas como ritmo, como música interior, canto e encanto, encantação, exorcismo, uma forma de relação mágica com o mundo». Com o mesmo sentido referiu também que : «Escrita e vida são inseparáveis. Embora eu entenda a poesia como experiência mágica, algo que está aquém e além da literatura».