sexta-feira, 11 de março de 2016

Comemoração do Dia Internacional da Mulher- A mulher dos livros


A BE-A comemorou, no dia 8 de março, o Dia da Mulher- com atividades diversificadas.

Em destaque estiveram as mulheres dos livros/ escritoras ilustradoras cuja respetiva biografia foi apresentada num placard temático. Na biblioteca passou uma apresentação interativa como forma de homenagear as mulheres. As mulheres de todas as idades, de todas as culturas, as mulheres trabalhadoras, as mulheres políticas: rainhas, presidentas, e deputadas, as mulheres artistas e desportistas, as mulheres maltratadas e sofredoras, as mulheres apaixonadas e felizes, as mulheres as cuidadoras… TODAS as mulheres…

 De realçar ainda a singela homenagem e reconhecimento pelo trabalho da professora e também, mulher dos livros, a escritora Ana Lúcia Borges Simões, docente na Escola Pintor Mário Augusto.

A escritora foi surpreendida, em contexto de sala de aula- 7º D




pelos seus alunos do 5º C que, em articulação com a Biblioteca Escolar e Docente de Educação Musical, Margarida Amaral, lhe prepararam uma entrevista como forma de conhecerem melhor a escritora e a mulher que dá vida às palavras.



Com emoção e muito carinho a professora foi-se revelando através das perguntas que lhe foram fazendo.


 Publicou o seu primeiro livro em 2012, mas desde pequena que gosta muito de ler e de escrever, revelando que gostava de reescrever o fim da história quando este não lhe agradava, adaptando assim o enredo à sua maneira de sentir as coisas.

Ficámos também a saber que é muito observadora: das pessoas, das paisagens, das situações e por isso mesmo tudo o que a rodeia lhe serve de inspiração para escrever; por isso mesmo, tanto pode escrever de modo compulsivo, como pode deixar que a sua inspiração trabalhe ao ritmo que quiser. A paisagem, e em especial o mar e o rio são motivos de inspiração. Gosta de escrever em casa, junto a uma janela, que deixa entrar a brisa e o azul do mar.

Qual o seu autor preferido, foi outra das perguntas formuladas, sem hesitar na resposta referiu o nome de Manuel Alegre, ao qual se acrescentam os autores clássicos. Quiseram também saber se o leitor infantojuvenil não está nos seus propósitos de escrita e se a sua experiência como docente e o contacto com jovens não lhe poderão servir de inspiração, respondeu que sim, que este contexto é um potencial de ideias e de sugestões a explorar, não estando fora de hipótese esta opção de escrita. Quem sabe se nos escritos que ainda estão “na gaveta” não estará lá alguma coisa!

A escritora revelou ainda que a escrita a completa, que faz parte da sua existência e que já não pode viver sem ela, em especial a Poesia, ainda que tenha também um carinho especial pela Prosa. Ao longo da sua docência tem procurado contagiar os alunos com este seu dom, motivando-os para a leitura e para a escrita. Sugerindo aos alunos que escrevam a propósito de tudo o que lhes interessar, escrever apenas pelo gosto de dar vida  às palavras, sem pretensões editoriais, escrever apenas pelo prazer, guardar na gaveta, ir lendo, relendo e reescrevendo e deixar-se levar pelas emoções e pelas situações que condicionaram aquele momento de criação.


A curiosidade dos pequenos entrevistadores quis também saber qual seu maior objetivo, enquanto escritora, se gostaria de ganhar prémios. Ficaram a saber que, para a escritora é importante receber prémios, eles são uma prova de reconhecimento do valor da obra, mas que o seu maior objetivo é poder passar mensagens pertinentes, positivas, mensagens de esperança, é poder partilhar as suas emoções. E o melhor prémio que já recebeu foi o reconhecimento e apreço dos seus leitores que lhe confidenciam muitas vezes que foi graças a ela que começaram a ler Poesia, porque se deixaram ir, sem resistência, pelas palavras, onde a profundidade da mensagem vem envolvida por um estilo simples e acessível a todos.

Confidenciou também que o seu primeiro livro Meow Chii, um charme de hotel, retrata uma situação pessoal e pretende ser uma homenagem a todos os que a ajudaram, em especial a família: a mãe, os amigos e o seu gato que, nos momentos de maior desânimo tinha sempre uma “lambidela beijada” de alento e carinho.

 A entrevista foi intercalada com leituras das duas obras já publicadas: Dando Voz à Poesia Meoow CHii, um charme de hotel, feitas pela professora bibliotecária e pela própria escritora.



O encontro terminou com mais uma surpresa, que voltou a enternecer a escritora, a execução de um trecho musical pelos alunos    do 5º C: João, Duarte e Diogo, sob orientação da docente de  Educação Musical, Margarida  Amaral que, deste modo participou na homenagem e na comemoração do Dia Internacional da Mulher.



  Aos alunos do 7º D foi apresentada a contextualização da referida comemoração, bem como uma sensibilização para a importância desta celebração.  Foi destacada a luta das mulheres , ao longo da História, para conquistarem os seus direitos e o muito que ainda se tem que fazer para se conseguir a efetiva igualdade de género.